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É inegável toda a importância de Harry Potter para o cinema. Sendo ela a terceira maior franquia da história, não marcou só nos bilhões de dólares arrecadados, mas também em sua mensagem aos jovens e seu potencial como adaptação de uma obra literária, atitude diretamente debatida entre espectadores.

Mesmo com o fim da trajetória do menino que sobreviveu, J.K. Rowling mostrou que o universo ia além de um único herói e trouxe aos cinemas em 2016 a história de Newt Scamander – personagem de um livro lido por Harry no período escolar. A mente da escritora inglesa já se mostrava inventiva na trajetória do bruxo.

Porém, com Newt, essa imaginação foi além e David Yates nos entregou um filme nem tão bom. Aqui, J.K. mostrou que sua imaginação perdeu um pouco o controle e Yates sua qualidade técnica. Por mais que o britânico não seja unanimemente elogiado, mantém uma boa média entre público e crítica. E presente com J.K. e com o universo bruxo desde 2007 com A Ordem da Fênix, seu nome era evidente nessa sequência.

Atingir o mesmo patamar que os oito filmes de Harry Potter atingiram não é uma tarefa fácil. E, aparentemente, os cinco filmes de Animais Fantásticos, mantendo o rumo das coisas, não chegará nem perto. Isso porque J.K. ainda não conseguiu se provar uma boa roteirista, mesmo tendo criado todo o universo.

Apesar de no primeiro filme ela ter construído uma história sensata, e até madura em comparação às obras de Harry, Crimes de Grindelwald causa sérios problemas, principalmente com os fãs mais árduos da franquia.

Como apresentamos em outro texto (com spoiler) – ANIMAIS FANTÁSTICOS: 5 CRIMES DE J.K. ROWLING – há inúmeras incoerências com o próprio universo que a roteirista criou. Por sua vez, incoerências não justificam ou não a qualidade de um filme, até porque mesmo fazendo parte de um universo, é necessário que ele funcione sozinho. Algo que, em Crimes de Grindelwald, não acontece.

Yates mantém seu mesmo estilo de direção do primeiro filme, sem nenhuma surpresa ou tratamento diferente, incluindo seus planos exageradamente fechados. O ritmo do filme anterior já trouxe um tratamento diferente dos oito filmes do bruxo, o que dá justifica o amadurecimento do longa. Porém, não é encontrado um equilíbrio saudável. A história tenta trazer um peso à história, mas não trabalha bem a leveza, com quebras de humor extremamente mal encaixadas, mas principalmente mal escritas.

As piadas em poucos pontos funcionam e perdem a mão em meio uma narrativa que deveria seguir a proposta. Porém, o nome Animais Fantásticos perde muito significado em relação ao primeiro filme, onde as criaturas tinham uma importante participação dentro de uma trama secundária. Aqui, a presença delas é discutível. Não há algo significativo envolvendo-as, dando a verdadeira força para a trama de Grindelwald, que, pelo número excessivo de personagens, torna-se também secundária.

J.K., sem um personagem único e que leva o nome da trama, mostrou-se perdida em querer mostrar tudo aos olhos de todos. Mesmo escrevendo os sete livros em terceira pessoa, a trama sempre se concentra em Harry, desviando poucas vezes para o ponto de vista de outros personagens. Enquanto aqui, o foco em Newt é mínimo. Então, J.K. escolhe mostrar um pouco da situação de cada personagem, sem desenvolver qualquer um deles e colocando todos unidos na conclusão da narrativa. Com essa construção, a montagem do filme sofre com o andar da narrativa e com o já citado ritmo.

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Como se já não bastasse a fraca direção de Yates e o trágico roteiro de J.K., o longa não acerta nos personagens. Por mais que a trama não agrade e fuja da proposta do nome da nova franquia, os personagens não foram tão bem tratados como no primeiro filme. A relação entre eles enfraquece e qualquer justificativa é a mais fraca possível, principalmente aqueles que participam das incoerências com todo o universo.

A esperada relação de Dumbledore e Grindelwald também decepciona. Yates e J.K. demonstraram medo em qualquer revelação ou tratamento sobre a sexualidade dos dois, deixando tudo para interpretação e nada nitidamente claro. Isso enfraquece ainda mais o longa, que – acredito eu – por medo das reações do grande público sobre um personagem querido.

Tanto em texto quanto visualmente, o filme deixa apenas resquícios sobre a relação dos dois, que, provavelmente, será melhor explorada – esperamos – até o quinto e último longa.

Grindelwald também não passa ileso. O filme o vende como algo muito grandioso em volta de seus crimes, sendo que os mesmos não existem. E o decorrer da narrativa o mostra como um estrategista até a resolução final, que foi o verdadeiro motivo dos fãs entrarem em estado catatônico. 

No entanto, Grindelwald apresenta uma ideologia interessante, apesar de nada original. Sua análise sobre os não-mágicos faz sua ganância tornar-se analítica e intriguista. Seu clássico discurso final abre portas para uma futura batalha de mágicos na Segunda Guerra Mundial, o que chama atenção para o futuro da franquia.

Outro ponto positivo relacionado ao título são os animais que – perdão o trocadilho – são realmente fantásticos. Por mais que a direção de Yates não agrade em montagem e desenvolvimento de personagens, seus efeitos especiais agradam visualmente do começo ao fim, fazendo com que as criaturas encantem bem mais que qualquer outro personagem humano.

O destaque mais especial vai à criatura chinesa Zouwu, que dispensa o elogio no quesito visual. Yates e a equipe de efeitos visuais se destacam quando se unem, a presença dos animais realmente é viva em tela e traz o verdadeiro encantamento do filme.

Relevando os problemas técnicos, ainda é possível se divertir com Crimes de Grindelwald. O universo mágico, com feitiços clássicos e acessórios habituais ainda encantam em tela até mesmo quem não é fã. Contudo, falhas mínimas de roteiro e direção, mas principalmente toda a bagunça escrita por J.K., fazem da sequência um problema sério a se resolver nos próximos filmes.

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