BOBO E DIVERTIDO, “EM GUERRA COM O VOVÔ” CATIVA COM TRAMA FAMILIAR

Todos sabemos que o cinema já está repleto de filmes sobre jovens vivendo desventuras familiares. Muitos podem se tornar repetitivos, cansativos e sem qualquer traço de originalidade. “Em Guerra Com o Vovô” tinha tudo para se tornar um desses filmes fracos e que de nada tem a acrescentar, mas tanto a boa direção de Tim Hill quanto o carisma do consagrado Robert De Niro e do jovem Oakes Fegley fazem com que o filme crie sua própria identidade e entretenha os mais céticos dos espectadores. Talvez não memorável, mas um filme que com certeza diverte no melhor estilo sessão da tarde.

Na trama, o recém viúvo Ed se muda para a casa da filha. Como não há quarto vago, a família faz com que o filho, Peter, ceda seu quarto para o avô e passe a dormir no sótão, um cômodo pouco iluminado e com a presença de ratos. Dessa forma, visando conseguir o quarto de volta, Peter declara guerra contra o próprio avô. Enquanto o garoto quer de volta o que lhe foi tirado, o avô aproveita as desavenças para se distrair da constante saudade da falecida esposa, fazendo com que o combate contra o neto se torne um refúgio de diversão em meio ao luto. E, como nenhuma guerra se vence sozinho, ambos os lados se utilizam da ajuda de amigos da mesma idade para vencerem, e nisso recebem destaque os personagens de Christopher Walken, Jane Seymour e Cheech Marin.  

O embate entre ambas as gerações é grande trunfo da obra, fazendo com que as situações se tornem engraçadas conforme os personagens vão pregando peças um no outro envolvendo fatores da geração do inimigo. Enquanto Peter sabota a coleção de bolinhas de gude do avô, Ed não perde tempo e se vinga jogando por água abaixo anos de esforço e jogatinas de Peter em seu videogame.

Uma das principais regras do tratado desenvolvido por ambos os lados da guerra determina que o embate não pode prejudicar o restante da família – a mãe e o pai, interpretados comicamente por Uma Thurman e Rob Riggle, e as demais filhas do casal. Esta é um dos demais pontos altos do filme, visto que diversas pregações de peça dos personagens acaba afetando os pais de Peter, seja derrubando-os com um drone ou fazendo-os mastigar pasta de dente.

Voltando ao combate que dá nome ao longa, em determinado momento do filme, vemos Peter e seus amigos competindo diretamente contra Ed e seus companheiros da terceira idade, os quais provam que não é só porque são mais velhos que não conseguem ser competidores à altura. Talvez não tenham tanta agilidade, mas a sabedoria acumulada se mostra uma arma tão poderosa quanto.

A proposta do filme, entretanto, não é fazer uma elaborada crítica social, se aprofundar na temática do luto ou fazer o público refletir sobre a valorização da Terceira Idade – ainda que o faça super bem. “Em Guerra Com o Vovô” busca divertir e encantar os espectadores, o apresentar um clima descontraído e descompromissado, permitindo ao público acompanhar a obra com leveza e risadas. Ainda que possa não ser uma obra genial e inovadora, a obra consegue entregar o que se dispôs e se prova uma reconfortante e alegre comédia para se distrair e esquecer, durante uma hora e meia, do período sombrio e exaustivo o qual estamos vivendo, onde o espectador é convidado a acompanhar a guerra entre Peter e Ed – avô e neto que, ainda assim, se amam mais do que tudo.

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“Em Guerra com o Vovô” estreia nos cinemas em 13 de maio!

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