Em ano de eleição, “O Candidato Honesto 2” satiriza a política brasileira (de novo)

[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

Estamos em mais um ano de eleições e acredite ou não, é uma ótima oportunidade para a Downtown lançar a sequência da comédia escrachada de 2014 “O Candidato Honesto”. Propositalmente ou não, o primeiro filme também foi lançado no período de candidatura para presidente da república. Porém, o filme anterior era mais focado na ascensão e queda do protagonista que teve sua carreira fustigada por falar apenas a verdade. O roteiro morno e a atuação exageradamente canastrona de Leandro Hassum não o tornaram tão atraente.

Estreou esta semana “O Candidato Honesto – 2” que além de reforçar a comédia pastelona e forçada do primeiro, traz piadas que às vezes tornam-se repetitivas, todavia, o público brasileiro se identifica (e muito), principalmente por conter alguns dos principais presidenciáveis candidatos este ano. Sem querer dar spoiler, o ator Anderson Muller faz um personagem icônico muito conhecido de todos os brasileiros de forma tão ridicularizada, que quando aparece em cena, espera-se dele algum escárnio ou alguma pérola. De fato, ele consegue deixar o humor do filme mais cáustico.

O roteiro frenético – que evita moralismo -e o elenco conseguem dar vidas à suas famosas personalidades políticas. Exemplo disso é o atual presidente do nosso país visto como vilão-mor em formato (literalmente) vampiresco. Ele tem um nome bastante peculiar: Ivan Pires e é corrupto, traiçoeiro, ganancioso, mentiroso, calculista, vingador, peçonhento, mau-caráter e assustador. Pires é vice da atual “presidenta” e usa meios ‘’persuasivos’’ para destruir o mandato de alguém. Este alguém é justamente João Ernesto Ribamar, que após cumprir sua penitência de quatro dos quatrocentos anos de reclusão que foi condenado, consegue ser eleito pelo povo. Outra que se destaca é a personagem da atriz Mila Ribeiro que faz uma “presidenta” mordazmente engraçada com seus hilários trejeitos de não falar coisa com coisa.

O filme esculacha não apenas com o cenário atual da política brasileira, como também mostra as maracutaias que rolam por baixo dos panos, a fúria e o descontentamento do povo, bem como os próprios governantes. Falar em governante, um que também não escapa das piadas é o presidente estadunidense Donald Trump, a quem Ernesto recusa-se a se inspirar. O próprio Leandro Hassum é alvo de si mesmo quando seu personagem afirma ser um péssimo comediante e que o fato de ter emagrecido, o tornou mais sem graça.

Hassum não é nenhum rei da comédia, nem está no mesmo patamar que Oscarito ou Grande Otelo e muito menos a promessa de ser um novo Chico Anysio. Porém, consegue (em alguns momentos) fazer o público rir. De fato, em alguns lances ele exagera no humor forçado como nas cenas em que ele tenta se livrar de sua ex-mulher ou quando reproduz a icônica cena do filme O Grande Ditador em que Charles Chaplin brinca com um globo inflável. Contudo, há quem ache burlesco.  

Presenciando tudo isso, o público pode enxergar como uma tentativa frustrada de conscientizar ou mostrar os bastidores da política, já que no Brasil nada é levado a sério. Os eleitores são descritos como fáceis de manipular sejam eles de esquerda, direita, central, diagonal. “O Candidato Honesto – 2” é insolentemente feito para gostar ou odiar, rir ou ofender, refletir ou tratar como uma desastrosa comédia descartável. Seja lá qual for a sua pretensão, quem sempre acaba aceitando e considerando é o espectador-eleitor que adora uma boa zoeira.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

pt_BR