Em “O Quebra-Cabeça” uma dona de casa toma o controle das peças de sua vida

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Agnes (Kelly Macdonald) é uma dona de casa que vive para o seu marido Louie (David Denman) e seus dois filhos, Gabe (Austin Abrams) e Ziggy (Bubba Weiler), ela mantém sua rotina entre as tarefas domesticas e os grupos da igreja, confinada entre esses dois ambientes diariamente ela até consegue contar os segundos antes do despertador tocar e prever as falas de seu marido. Após sua festa de aniversário, na qual ela garantiu que tudo estivesse em ordem, servindo os convidados e limpando a casa durante a festa, enquanto todos se divertiam, Agnes abre seus presentes e se depara com um jogo de quebra-cabeça, que segundo seu marido é apenas um passatempo infantil, o que eles não imaginavam é que esse passatempo iria mudar a rotina de Agnes e a forma como ela se deixava ser tratada.

Depois de montar varias vezes o quebra-cabeças que ganhou de presente a dona de casa decide comprar outros modelos para alimentar seu novo hobbie, mas ela não procura uma loja perto de sua casa, ela liga para a pessoa que lhe deu o presente perguntando onde ele foi comprado como se um jogo de quebra-cabeça comum fosse algo difícil de ser encontrado, então ela faz uma viagem de trem para ir na tal loja de quebra-cabeça, sua ida a loja na cidade grande faz com que ela conheça Robert (Irrfan Khan) um inventor que participa de competições de quebra-cabeça e está precisando de um parceiro para um torneio, após entrar em um conflito interno sobre poder ou não participar do torneio. Agnes aceita ser parceira de Robert e os dois passam a treinar duas vezes por semana para a competição que se aproxima.

A história, que é uma adaptação do filme argentino, Rompecabezas de 2009, mostra como Agnes se liberta de sua rotina de servir os homens de sua vida e passa a se impor dentro de casa e não colocar as necessidades de todos acima das suas próprias, porém, o roteiro confuso e fora de ritmo dificulta a relação com a personagem, em alguns momentos é frustrante como a sua evolução oscila, uma hora ela é retraída como um filhote assustado e na hora seguinte está pronta para se envolver com um completo estranho, e então volta ao status de filhote assustado. Além disso, o roteiro não oferece um desfecho apropriado e os relacionamentos de Agnes terminam todos em aberto, o que de certa forma condiz com a evolução da personagem que passa a priorizar seus desejos sem ter que agradar todos a sua volta.

Apesar de algumas falhas, as atuações conseguem sustentar o longa, Kelly Macdonald é irrepreensível como a retraída e ingênua até demais Agnes, ela é capaz de transmitir todo o receio e exaltação da personagem conforme ela vai se empoderando com gestos sutis e olhares precisos. Irrfan Khan também é um ponto forte do filme interpretando o excêntrico inventor, seu ego e presença são grandiosos e preenchem as cenas onde os dois ficam em silencio enquanto encaram as peças do quebra-cabeça.

O quebra-cabeça é como o jogo que dá nome ao título, te entretém na maior parte do tempo apesar de ter alguns momentos enfadonhos onde parece que nada foi realmente pra frente, e como no passatempo, o encantamento persiste durante o tempo de exibição, uma vez que se completa o quebra-cabeça você não vai perder muito tempo pensando nele.

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