GHOSTBUSTERS: MAIS ALÉM | NOSTALGIA E NOVOS TALENTOS FAZEM O NOVO FILME DA FRANQUIA

Reboots, sequências e remakes têm sido cada vez mais comuns em Hollywood, principalmente para reviver grandes clássicos e – pelo menos tentar – reprisar o sucesso de seu legado com novas gerações. Os Caça-Fantasmas, um clássico dos anos 80 com sua música tema marcante e seus uniformes característicos, já teve uma espécie de reboot em 2016 com o quarteto principal composto apenas por mulheres. O reboot não foi exatamente um sucesso de crítica (ou de público), mas isso certamente não foi o suficiente para afastar a intenção de trazer a história para os dias atuais, já que agora, com mais de um ano de atraso por conta da pandemia, temos o lançamento de Ghostbusters – Mais Além, não um reboot dessa vez, mas uma sequência do original.

Um dos temas centrais do novo Ghostbusters é a família e isso não é à toa. O responsável pelo roteiro e direção do filme é Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, o criador dos filmes originais. Jason era uma criança no set dos primeiros filmes e depois de dirigir filmes aclamados como Juno e Amor Sem Escalas, dá continuidade ao legado do pai contado uma nova história de caça-fantasmas, mas deixando a nostalgia como um dos personagens principais.

Em Ghostbusters: Mais Além, temos Callie, uma mãe solteira passando por dificuldades financeiras que se vê forçada a se mudar para o interior, na casa de seu falecido pai, o caça-fantasma original Dr. Egon Spengler. Junto com seus dois filhos, Phoebe (Mckenna Grace) e Trevor (Finn Wolfhard), Callie descobre um pouco mais sobre a vida de seu pai que sempre foi ausente e encontra um monte de parafernália relacionada ao mundo sobrenatural em um dos quartos da casa. Demora um pouco para que a gente veja um fantasma de fato, mas desde o começo temos pequenas situações que indicam sua presença e definem o clima do filme.

Um dos maiores obstáculos dos reboots e remakes é decidir se vai entregar um conteúdo completamente novo, seguindo apenas o formato do original ou se vai manter tudo como os fãs já conhecem e amam. Ghostbusters: Mais Além consegue encontrar um bom equilíbrio entre os dois. O centro das atenções agora são as crianças e um elenco de alta qualidade garante personagens carismáticos e interessantes o suficiente para carregar o filme até o final. Além do conhecido Finn Wolfhard, que faz uma espécie de versão mais velha do Mike, seu personagem em Stranger Things, Celeste O’Connor como a corajosa e confiante Lucky e Logan Kim, que muitas vezes rouba a cena como o fofo e engraçado Podcast, o grande destaque vai para Mckenna Grace, a atriz que, apesar de jovem, já tem um currículo pra lá de extenso com grandes sucessos como as séries Young Sheldon, O Conto da Aia e A Maldição da Casa Hill e muitos outros filmes. Mckenna faz um trabalho primoroso como a protagonista desse blockbuster, entregando humor no ponto certo e prestando uma bela homenagem ao personagem de Egon Spengler, sem nunca cair na imitação.

Uma ver instalados em sua nova casa, Trevor arranja um trabalho durante as férias enquanto Phoebe vai para a escola. Lá, ela conhece o Chad Grooberson, o atrapalhado e divertido professor interpretado por Paul Rudd, no melhor estilo Paul Rudd, que está investigando uma série de terremotos que acontecem na cidade sem qualquer motivo científico aparente e parece estar relacionada à fazenda para qual a família se mudou, fazendo com que todos eles se aproximem. A trama que se segue traz diversos elementos dos filmes originais, além de muitos (muitos mesmo) easter eggs, tanto para os fãs mais casuais quanto para os mais aficionados pelo clássico, inclusive uma aparição do novo Stay Puft, o homem de marshmellow, que agora está mais fofo e em maior quantidade que nunca.

Esse é um filme sobre família, amizade e, no meio disso, sobre salvar o mundo também. É um filme para família, mas, sobretudo, é um filme para os fãs. Muitos aspectos, inclusive, acabam funcionando apenas para os fãs, deixando bem claro quem é o público-alvo e talvez criando um pouco de dificuldade para que novos espectadores se conectem com a história, mas quem já é apaixonado por esse universo terá bons momentos no cinema.

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