O tão aguardado dia para assistir Turma da Mônica – Laços chegou! O melhor de tudo? Não decepciona, como também faz com que o espectador sinta vontade de rever nos cinemas outras e outras vezes. A versão live-action do universo de Maurício de Sousa e, livremente baseado na graphic novel criada pelos irmãos Lu e Vitor Caffagi, é um fofo e afável filme que, além do tema principal (amizade), fala de companheirismo e empatia – pois sabemos muito bem que Maurício sempre fez questão de passar isto em suas publicações, como bom exemplo.

Turma da Mônica – Laços tem um importante valor didático, mantendo a mesma essência dos personagens dos quadrinhos e sendo fiel a graphic novel, bem como as características da turminha que conhecemos desde criança. É impossível não notar o modo invocado e fofo da Mônica, do jeito sapeca do Cebolinha, da meiguice da Magali, do medo que o Cascão tem de água, e outras citações às diversas criações de Maurício, como o dinossaurinho Horácio e o Cranicola (e até faz piadas, por exemplo, de como a Mônica possui diversos vestidos vermelhos ou o fato do Cebolinha usar sapatos).

O elenco composto pelas crianças é pura ternura. Não há quem não se apaixone por elas. Estes traços de pessoalidade não estão apenas no núcleo infantil (que esbanja perfeição), como também os adultos. Mônica Iozzi como Dona Luisa (mãe da Mônica), Rodrigo Santoro como o Louco e Paulo Vilhena como Seu Cebola estão adoráveis. Porém, o destaque mesmo vai para a atriz Fafá Rennó como a Dona Cebola (mãe do Cebolinha).

Além das referências que estão todas lá, Laços tem a proeza de não se perder na história. Sabe aqueles excessos de menções que vemos em uma história e que chega a cansar os olhos, desviando o foco do filme? Não só não está presente como também nos fascina, isso porque a direção de arte é perfeita no quesito reconstituição, que se relaciona bem com a montagem. O resultado é uma doce e fascinante obra do nosso cinema que faz você rir, chorar, emocionar-se e sair do cinema deslumbrado.

Dirigido por Daniel Rezende (Bingo – O Rei das Manhãs), – que já foi indicado ao Oscar pela Montagem de Cidade de Deus (2002) – Turma da Mônica – Laços é conduzido com uma competência e notável sensibilidade, conseguindo equilibrar aventura, comédia e momentos mais dramáticos recheados de simpatia e charme, acompanhados de uma soberba trilha sonora.

Rezende mais uma vez mostra seu talento para comover o público. Desta vez, em um filme pueril o suficiente para deixar os adultos maravilhados. O cineasta estava ciente da grande responsabilidade de levar a turminha mais conhecida pelo público brasileiro aos cinemas, e além de caprichar, também acerta sem apelar para piadas desgraciosas como ocorreu no lamentável Carrossel – O Filme.

Mesmo com uma história simples, é levada às telona de modo o suficiente para fazer de Laços um pequeno grande filme. Tudo ia muito bem no bairro Limoeiro, até que o Floquinho, cachorro do Cebolinha, é sequestrado. O rei dos planos infalíveis, então, conta com seus amigos Mônica, Magali e Cascão para a missão de procura e resgate. Esta gostosa aventura é muito detalhada, colorida e convence com as atuações dos atores mirins, que conseguem perfeitamente transmitir a personalidade dos queridos personagens. Irresistível para crianças e adultos.

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