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Diz o Velho Testamento que Noé foi um homem que recebeu uma tarefa importante vinda de Deus, fazer uma arca de madeira com 300 côvados de comprimento, 50 de largura e 30 de altura para salvar sua família e animais de cada espécie de um dilúvio que seria enviado por ele para exterminar a maldade dos homens.
É de se imaginar que a esmagadora maioria das pessoas já conhece essa história bíblica, ou pelo menos um resumo dela. Pois bem, então vamos à produção hollywoodiana dessa história.

“Noé”, do diretor Darren Aronofsky é uma superprodução, recheada de efeitos visuais. Estrelado pelo premiado Russell Crowe, o longa tem no elenco nomes como Jennifer Connelly, que já havia atuado com o ator anteriormente em “Uma Mente Brilhante”, de 2001; Emma Watson, Logan Lerman, Ray Winstone, Anthony Hopkins e Nick Nolte.
As semelhanças com a história original bíblica são muitas. E as diferenças também.
Seguindo apenas algumas pequenas pistas que a Bíblia dá sobre o assunto, Aronofsky, também roteirista, deu asas à sua imaginação e criou um passado curioso para Noé, e isso é representado logo no começo do filme.
“Noé” muitas vezes se pendura em efeitos visuais desnecessários, como os Guardiões, anjos que foram deixados, por Deus, na Terra e se transformaram em pedras. Essas criaturas não foram capazes de negativar o longa, mas não deveriam estar na história, isso é fato.
A atuação de Crowe como Noé foi, como sempre, intensa e respeitosa. Antony Hopkins entrou em cena como Matusalém, avô do protagonista, porém não merece destaque. Não que sua atuação tenha sido descartável, mas o papel que lhe foi dado se fez apagado. Emma Watson e Jennifer Connelly brilham mais ao final do longa, onde as duas são mais exigidas emocionalmente.
“Noé” é um filme polêmico, o que já era de se esperar, já que é uma obra baseada numa história bíblica, porém, mais do que criticar alguns pontos negativos do filme, deve-se entender a mensagem importante que o mesmo quer transmitir.
A superprodução faz uma crítica extremamente forte à sociedade, e isso é o que o faz obter mais respeito. “Noé” traz a tona uma intensa realidade, onde a maldade dos homens é nítida, e os mesmos acabam por matar uns aos outros. É isso que o diretor quer transmitir a quem assiste à obra, uma discussão, um debate. Até que ponto o ser humano pode chegar para atender aos pedidos do Criador? Todos somos culpados pela maldade que sempre nos rodeia? A resposta, cada um dá a si mesmo, mas como sugere a frase mais importante do longa-metragem: “O mal está em todos nós”.

Por Marina Capretti Vecchi.

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