O cinema de Nicolas Winding Refn pode ser descrito muitas vezes como provocador. Ver um filme do cineasta é como embarcar em uma longa viagem cheia de curvas inesperadas e momentos de suspensão capazes de levar ao choque final.

Com sua estreia neste mês de Julho, “The Neon Demon”, o mais novo trabalho do diretor traz Elle Fanning como uma sombria protagonista (esqueça o que você sabe da atriz baseado em “Malévola”). O filme acompanha um grupo de modelos capazes de tudo para manter a beleza – isso inclui práticas como canibalismo.

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Foi com “Drive” que o diretor começou a chamar atenção no mundo todo, mas o que pouca gente sabe é que a estética de seus filmes tem tudo a ver com o fato de Nicolas Winding ser daltônico. Graças a sua dificuldade para enxergar tons médios, seus filmes são sempre muito contrastados, o que traz para longas como “Only God Forgives” e “Bronson” um aspecto único, pautado profundamente nas emoções dos personagens e como eles reagem ao ambiente em que estão inseridos.
Seu primeiro trabalho, “Pusher”, deu origem a uma trilogia sobre o mundo das drogas em Copenhaga. É possível acompanhar em seus filmes personagens com várias camadas, capazes de transcender da normalidade para o maior nível de loucura em segundos. E para dar voz a esses personagens, o diretor não poupa cores, ambientes e, é claro, muito dinheiro. Sua lógica é baseada em fazer um filme “como se fosse o último”, e é com esse pensamento que Nicolas não tem medo de ir além com seu cinema.

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Quando perguntado sobre suas referencias, o diretor não vê problemas em admitir que “rouba um pouco de todo mundo”. Sua infância em Manhattan também produziu material suficiente para que Nicolas utilizasse de seu passado e um pouco de sua cultura para expandir sua formação cinematográfica. Outra coisa que não o incomoda é a utilização do digital. Cineastas como Tarantino e Scorsese defendem até a morte a utilização de película para a captação do material, mas Nicolas Winding vê o digital como uma nova forma de criar e que jamais pode ser negada.
Enquanto “The Neon Demon” não chega às telas de cinema, você pode aproveitar para ver (ou rever) outros filmes do diretor.

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