SINOPSE

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Após três anos após a estreia de ‘Intocáveis’, a dupla de diretores e roteiristas Eric Toledono e Olivier Nakache volta a emocionar o público. Novamente eles usam a mesma fórmula que usaram em seu primeiro longa ‘Baby Love’, que também agradou ao público e a crítica. Partindo de uma ideia simples e original deles (que se arriscam como atores e fazem pequenas pontas no filme), ‘Samba’ torna-se um excelente filme que consegue conciliar drama, comédia com pitadas de romance e um pouco de aventura. Sim, é um filme repleto de bons sentimentos e o espectador sai da sala do cinema satisfeito e com aquela sensação: valeu a pena!

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Cisse Samba é um senegalês que há dez anos vive na França ilegalmente. Ele mora com o tio, com o qual não se dá bem e vive o aconselhando. Porém, seu tio aparenta não mais aguentar vê-lo, se arriscando para não ser deportado por não possuir documentos. Além de trabalhar em empregos temporários mal remunerados, Samba também tem de viver com os lamentos de sua mãe que está em sua terra natal e precisa enviar dinheiro para ela. Apesar das dificuldades, ele não larga mão do seu sonho de ser chef de cozinha. Um dia, é pego pela polícia e encaminhado para o serviço de estrangeiros, para ser deportado. É lá que ele conhece Alice, uma mulher solitária que há anos luta contra a insônia e depressão. Alice é voluntária em uma organização de imigrantes ilegais e ajuda Samba a conseguir empregos. Ignorando os conselhos de sua colega de trabalho, ela acaba nutrindo um sentimento mais que afetivo por ele.

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As piadas mordazes que são também o ponto alto do filme, são de bom gosto que por vezes fazem o espectador esquecer que o heroi-título é um sofredor e que quando pensa que o mesmo precisa apenas vencer a xenofobia e outros preconceitos, não imagina que o pobre coitado irá passar por poucas e boas.

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Mas é com a chegada de Wilson (Tahar Rahim, excelente) que o filme passa a ficar mais pândego. O argelino que se passa por brasileiro é um canastrão de mão cheia. É galanteador, astuto, mas com grande coração que além de conquistar a mulherada com seu charme “latino”, cai também na graça do público. Em uma de suas jogadas de sensualidade, ele dança e rebola ao som de ‘Take It Easy My Brother Charles’ de Jorge Ben para um grupo de mulheres que estão trabalhando numa sala de um alto prédio.

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Fãs de samba, não esperem um filme que fale sobre o ritmo. Mesmo não se tratando deste tema, vale conferi-lo do mesmo jeito por se tratar das dificuldades que passam pessoas que vivem em condições proletárias e vão tentar a vida em outro país.
Toledano e Nakache adaptaram da obra ‘Samba Pour la France’ de Delphine Coulin (ainda inédito no Brasil) e assumem o longa como ‘comédia social’, como também queriam que o projeto fosse voltado em torno do sofrimento da classe trabalhadora. O que pode ser considerado uma crítica debochada sobre intolerância de países que não estabilizam os refugiados, pode ser visto como uma boa análise (embora seja feita com muito bom humor) à ética dos cuidados preventivos que são dados aos estrangeiros ilegais.
Quanto à visão de como pode ser interpretado, fica a critério do espectador. Mas uma coisa não se pode negar se tratando de um dos melhores filmes do ano, com maestria assume seu papel: o de emocionar.

 

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