UM LUGAR SILENCIOSO – PARTE II | AINDA MAIS TENSÃO E TERROR FAZEM A SEQUÊNCIA VALER A PENA

Em 2018 foi lançado “Um Lugar Silencioso”, assisti no cinema e se tornou um dos meus filmes preferidos daquele ano. Desde então estive esperando ansiosa pela sequência, que estava programada para estrear no começo de março de 2020, logo antes do mundo acabar. Depois de diversos adiamentos, o filme acabou sendo lançado nos EUA simultaneamente nos cinemas e no serviço de streaming no começo do mês passado, enquanto isso, aqui no Brasil rolou mais alguns adiamentos até que, enfim, chega exclusivamente nos cinemas. É verdade que nesses tempos de pandemia uma ida ao cinema ainda pode ser arriscada e todos os devidos cuidados devem ser tomados, mas para quem está se aventurando a ir, ou para aqueles que já estão vacinados, assistir a “Um Lugar Silencioso – Parte II” no cinema é uma experiência que vale à pena, principalmente se você, assim como eu, é fã do original.

John Krasinski, agora muito mais atrás das câmeras do que na frente delas (apesar de dar um jeito de fazer uma pontinha com um flashback), consegue recriar a mesma sensação de agonia, ansiedade e absoluto silêncio que atingiu com o primeiro filme. A sequência começa com uma cena do primeiro dia dos ataques dos monstros e como tudo começou, mas logo depois já somos levados ao momento em que “Um Lugar Silencioso” nos deixou. Sem Lee e com um bebê, Evelyn, Regan e Marcus continuam sua caminhada e sempre enfrentando desafios.

Enquanto a família caminhava à procura de abrigo, são pegos numa armadilha (numa cena tão angustiante quanto àquela em que a Emily pisa num prego, você provavelmente se lembra) e descobrem mais um sobrevivente. Emmett (Cillian Murphy), que foi apresentado na cena do flashback, era um antigo amigo da família, mas depois de perder a mulher e o filho está amargurado e isolado por opção. Ele é uma espécie de Lee ao contrário e, apesar de inicialmente não querer companhia, acaba ajudando Evelyn e os filhos.

Regan, que continua seguindo os passos de seu pai (e sendo a mais inteligente e engenhosa da família) acredita que eles podem encontram outros sobreviventes para tornar a vida em silêncio um pouco mais segura e Emmett, ainda que de má vontade, a acompanha quando a menina enfim encontra uma frequência de rádio ainda funcionando e tocando música. Regan e Emmett se vão, deixando Evelyn, Marcus e o bebê à sua espera. Acontece que ficar num lugar hipoteticamente seguro com um bebê e um adolescente que não podem fazer barulho acaba se mostrando tão perigoso quanto sair por aí à procura de gente que você não sabe se existe ou se quer ser encontrada. As cenas de maior tensão estão nesse segundo ato e são capazes de prender sua atenção a ponto de te fazer esquecer de respirar. Evelyn (Emily Blunt) continua dando tudo de si para manter os filhos sãos e salvos, mas cada vez mais obstáculos aparecem em seu caminho, principalmente com a chegada do novo bebê.

Nesse filme os monstros aparecem muito mais e mais de perto – e eles são realmente apavorantes (e um tanto parecido com os Demogorgons, aquelas criaturas de Stranger Things), colocando de uma vez por todas “Um Lugar Silencioso” no gênero de terror adicionalmente ao de suspense, mas não são somente os monstros que assustam dessa vez. Anteriormente, acompanhar a família Abbott nos deu a impressão de que eles eram os únicos sobreviventes nesse mundo pós-apocalíptico, mas esse não é o caso. Apesar de não se aprofundar nessa questão, temos um vislumbre de como outras pessoas e outras famílias se viram para se manterem vivas nesse cenário, e nem todos tem tanto amor no coração quanto pais com seus filhos, afinal de contas é a lei da sobrevivência.

Não é sempre que sequências funcionam, mas “Um Lugar Silencioso – Parte II” conseguiu se fazer relevante e ainda acabou em seu ápice. Já estou aceitando uma terceira parte.

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