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Quando se trata de filmes da Marvel, é quase que impossível não se preocupar com a gama enorme de referências que eles podem trazer, afinal não é todo mundo que possui um vasto conhecimento sobre o Universo Marvel, muitos nem se quer leram uma página dos tão aclamados quadrinhos. ‘Deadpool’ traz essas referências, mas não as impede de serem aproveitadas por aqueles que não conhecem suas origens, sendo introduzidas com cuidado.

DEADPOOL Wade Wilson (Ryan Reyonlds) and new squeeze Vanessa (Morena Baccarin) trade some pointed barbs, in DEADPOOL. Photo Credit: Joe Lederer TM & © 2015 Marvel & Subs.  TM and © 2015 Twentieth Century Fox Film Corporation.  All rights reserved.  Not for sale or duplication.

Se o espectador já conhece a história de Wade Wilson, fica tudo mais fácil, a experiência é muito mais interessante e melhor aproveitada. Um homem, no caso Wade Wilson, à beira da morte por conta de um câncer terminal, aceita se submeter à um procedimento que o tornou imortal, porém tem que arcar com a consequência de viver com severas cicatrizes que preenchem todo o seu corpo. Uma história nada original.

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Mas essa história nada original é compensada pelo humor do personagem, a marca registrada de Deadpool. Wade Wilson não tem nada a perder, age ironicamente com seus inimigos, não tem medo de que revidem, afinal tudo em seu corpo se regenera. Essa ironia é a diversão do espectador e a chave do sucesso do novo filme da 20th Century Fox, que quebra a quarta parede em diversos momentos, conversando diretamente com o espectador. Deadpool sabe que está em um filme e o espectador também sabe, é claro, mas a maestria com a qual a produção é feita, não permite que essa realidade escancarada influencie na experiência do espectador. É uma “faca de dois gumes”, uma linha estreita entre um acerto primoroso e um erro que teria o poder de acabar com o personagem. ‘Deadpool’ fica com a primeira opção.

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O roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick é simples, seguindo a tão conhecida “jornada do herói”, mas aliado com a direção do Tim Miller, a coisa toma outra proporção. Tim Miller dirigiu com maestria, transformando um personagem que é considerado mediano dentro do Universo Marvel em um personagem interessante e que merece atenção. Deadpool não gosta de ser chamado de herói, e Ryan Reynolds sabe disso e o interpreta com esse pensamento que nada tem a ver com modéstia. O ator, que não tem no currículo grandes personagens, e também não teve sorte com o seu ‘Lanterna Verde’ de 2011, surpreendeu ao entender o humor do personagem e levá-lo com intensidade…

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O que ‘Deadpool’ faz é arte. Arte dentro de um grande ‘blockbuster’, que aos olhos de várias pessoas poderia ser só mais um desses filmes medianos que ocupam centenas de salas. Mas não, ‘Deadpool’ traz consigo uma complexidade que talvez poucos consigam compreender. O longa tem o público na mão e faz ele transitar entre a história e a realidade de uma maneira orquestrada, desde os créditos iniciais do filme, até a cena pós crédito.

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